O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) prorroga o prazo de sua consulta sobre os princípios para a regulação de redes sociais, ampliando a oportunidade de participação da sociedade. A iniciativa, lançada originalmente em maio de 2025, passou a contar com um novo prazo que se estende até 30 de junho de 2025.
Contexto da Consulta
Inicialmente, o CGI.br propôs a consulta visando colher contribuições amplas e diversificadas para a elaboração de uma carta de princípios que norteie a futura regulação das redes sociais. Além disso, o objetivo é garantir que a regulação contemple elementos essenciais como a defesa da soberania nacional, a proteção dos direitos fundamentais e a promoção de um ambiente informacional saudável. Dessa forma, a consulta torna-se uma ferramenta crucial para o aprimoramento das políticas públicas relacionadas à regulação de redes sociais.
Razões para a Prorrogação
De acordo com a coordenadora do CGI.br, Renata Mielli, a extensão do prazo foi determinada para ampliar a participação da sociedade. “Decidimos ampliar o prazo para garantir mais participação. Compreendemos que é fundamental que haja espaço para a sociedade expressar suas opiniões sobre um tema tão relevante”, afirmou Mielli. Assim, a prorrogação visa proporcionar um tempo maior para que as diversas perspectivas sejam ouvidas, o que contribuirá para um processo decisório mais transparente e inclusivo.
Principais Princípios em Discussão
Além disso, o documento preliminar da consulta estabelece uma série de princípios que deverão orientar a regulação de redes sociais. Entre os 10 princípios elaborados, destacam-se:
- Soberania e segurança nacional: Assegurar que as políticas públicas protejam os interesses do país.
- Liberdade de expressão, privacidade e direitos humanos: Garantir que o uso das plataformas digitais respeite os direitos fundamentais.
- Autodeterminação informacional: Permitir que os usuários tenham controle sobre os seus dados e informações.
- Integridade da informação: Promover a veracidade e a confiabilidade dos dados que circulam nas redes.
- Inovação e desenvolvimento social: Incentivar a inovação tecnológica sem comprometer a segurança dos usuários.
- Transparência e prestação de contas: Exigir que as plataformas e os reguladores sejam claros em suas ações.
- Interoperabilidade e portabilidade: Facilitar a migração de dados e a integração entre diferentes serviços.
- Prevenção de danos e responsabilidade: Estabelecer mecanismos para prevenir abusos e responsabilizar os envolvidos.
- Proporcionalidade regulatória: Evitar imposições excessivas que possam prejudicar a inovação.
- Ambiente regulatório e governança multissetorial: Promover a colaboração entre governo, setor privado e sociedade.
Portanto, o conjunto de princípios busca equilibrar os interesses de segurança, inovação e proteção dos direitos dos usuários.
Participação da Sociedade e Setores Envolvidos
Ademais, o CGI.br reforça a importância da contribuição de todos os setores da sociedade. Henrique Faulhaber, coordenador do Grupo de Trabalho sobre Regulação de Plataformas, enfatiza que as contribuições devem abranger tanto o conteúdo dos princípios quanto a clareza da linguagem utilizada. Dessa forma, o órgão espera receber sugestões concisas, diretas e acessíveis, permitindo a construção de uma carta de princípios sólida e representativa.
Essa iniciativa não apenas convida especialistas e representantes do setor, mas também estimula a participação de usuários comuns, universidades, organizações civis e demais interessados no tema da regulação de redes sociais.
Desdobramentos Futuros da Consulta
Em sequência, o CGI.br pretende utilizar as contribuições recebidas para elaborar recomendações que poderão servir de base para futuras diretrizes regulatórias. Assim, espera-se que esse processo colaborativo seja um passo importante para a criação de políticas que protejam os direitos dos usuários enquanto promovem um ambiente digital equilibrado.
Além disso, a consulta se mostra como uma resposta aos desafios impostos pela rapidez com que as redes sociais evoluem, demonstrando a capacidade do modelo regulatório brasileiro em se adaptar a novas realidades tecnológicas.
Considerações Finais
Por fim, a prorrogação do prazo para a consulta mostra o compromisso do CGI.br com a transparência e a inclusão no debate sobre a regulação de redes sociais. Ao ampliar o tempo para a participação, a iniciativa reforça a importância de construir, de forma coletiva, uma base sólida de princípios que possibilite o desenvolvimento de um ambiente digital mais seguro e equilibrado no país.